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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Testamento

Não sei quanto tempo me resta
Faço agora o meu testamento
Não quero ser pega de surpresa
Pensando melhor, não tem jeito!
Bem, não quero conflitos depois da minha partida
Por isso reparto assim os meus bens
Minhas raivas, mágoas e tristezas
Levo comigo
Não deixo para ninguém
Lembranças, saudade e falta
Deixo um pouquinho para cada um que me ama
Mas só um pouquinho
Meu amor, sorrisos e alegrias
Deixo para todos que me conheceram
Até para os que de mim não gostaram
O bem e o mal que fiz
Também levo comigo
Não, pensando melhor...
O bem eu deixo, deixo para quem eu fiz bem
Para que possa passar adiante
Quanto ao material
As coisas pequenas
Que nenhum parente ou amigo
Fique com nada
Que tudo seja doado
Não quero me transformar em objeto do passado
Coisa para se debruçar e chorar
As coisas materiais de mais valor
Que sejam vendidas
E o valor dividido para os com quem convivi
A minha família mais chegada
Repito, não quero virar objeto do passado
Quero viver na memória
Mesmo assim só de vez em quando
Trazendo nos lábios um sorriso
E no coração a alegria
Não quero velório
Ninguém chorando
Vivi o que tinha que viver e pronto
Que ninguém seja deus do meu tempo
Vou descansar nos braços do Pai
Disso eu tenho certeza
Por isso, logo que possível
Aceite que eu seja feliz
Não seja egoísta
Querendo tirar de mim a oportunidade de ser feliz
Vou morrer, mas vou viver para sempre
Com meu Salvador

Catharyna Lima



EM BUSCA DAS PALAVRAS CERTAS


Há momentos em que precisamos de palavras que nos animem.
Diante de uma doença, em nosso corpo ou no corpo de uma pessoa querida, precisamos de palavras que nos estimulem a lutar pela vida.
Há momentos em que precisamos de palavras que nos despertem.
Diante do erro em que nos metemos ou dos caminhos equivocados que nos soam como bons, precisamos de palavras que nos mostrem melhores itinerários.
Há momentos em que precisamos de palavras que nos confortem.
Diante da perda de uma pessoa que era parte de nossa história, dilacerada agora por sua presença esculpida com a certeza dolorosa da saudade, precisamos de palavras que colham as nossas lágrimas. 
Há momentos em que precisamos de palavras que nos alegrem.
Diante de uma festa, para celebrar um nascimento, um aniversário, um casamento, uma vitória, precisamos de palavras que se juntem à nossa celebração.
Dizer essas palavras exige de nós um coração que se importa com a vida do outro, que não se alimenta de palavras feitas, mas de palavras produzidas pelo sentimento verdadeiro.
Dizer palavras verdadeiras exige de nós sabedoria para aparar a sedução dos excessos e conter a tentação das mentiras.
Palavras que animam, despertam, confortem ou alegrem não podem doer, amargurar ou matar.
Por isto, em muitos casos, nossas palavras para estas pessoas precisam ser mínimas ou mesmo nenhumas, porque simplesmente substituídas por abraços generosos.
Antes de lhes falar, precisamos pensar as palavras que vamos dizer. Para pensar palavras que tragam vida, precisamos orar, pedindo a Deus sabedoria, coragem, solidariedade e alegria.

Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo