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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Barco (Uma carta)

Sei que você está triste comigo, eu também estou.
Esse final de ano tem sido corrido, na minha cabeça tem passado mil coisas. Tenho carregado um peso que não sei ao certo onde peguei e agora não estou conseguindo tirar de cima de mim.
Do que estou falando? Também não sei
É assim que estou vivendo, estou indo em frente (eu acho), mas não sei ao certo para onde, mas dentro de mim tem uma ânsia de chegar a algum lugar, um lugar que seja de alívio e que eu não precise de nada e nem sinta falta de nada.
Os sentimentos têm me cansado, estou farta de sentir, sentir medo, sentir insegurança, dúvida, alegria, tristeza, certeza, raiva, arrependimento entre outros tantos, mas o que mais tem me cansado mesmo é a esperança.
Estou farta, exausta de sentir esperança, o peso da esperança tem ocupado grande parte do meu coração e mente. Tenho me sentido paralisada, esperando, esperando... e nada acontece, e nada vem... Talvez sejam meus olhos postos no lugar errado, talvez esteja olhando pra trás ou invés de olhar pra frente, mas a essa altura onde é frente, onde é atrás??
Comento todas essas coisa com um sentimento de medo, medo de entristecer ainda mais a Deus e Ele queira me mostrar (ensinar) que tudo pode piorar. Mas Deus eu... eu sei que tudo sempre pode piorar, essa lição aprendo a cada mês, quantas vezes disse que já não suportava e quantas vezes sobre mim "choveu"!!!??
O tempo não pára, o tempo não volta e a dor sempre dói.
Continua sem saber do que estou falando? Eu também...
Assim estou eu e o que piora é que eu gostaria de estar bem para poder te ajudar, ter palavras fortes e seguras, estou procurando estas palavras pra mim e não as tenho encontrado. Como me encontrar com você e poder oferecer nada?? Não é justo, não é justo. Você é uma pessoa especial, foi e é âncora pra minha vida, mas sinto que meu barco está mais forte que sua âncora, essa tempestade está de endoidecer, não posso arrastá-la mar adentro sem saber onde estão os salva-vidas.
Com todas essas minhas palavras confusas e sem sentido (às vezes), provam que estou fugindo, fugindo para que você não me veja o quão fraca estou.
Isso tudo é um período, não sei de quanto tempo, mas passa e saio do “outro lado” nova, revigorada, e levo outra vez todos os sentimentos sem que eles pesem. Não é primeira vez que passo por isso, apesar de tudo sei que Deus está comigo, tenho horas de conversa com Jesus, Ele eu sei que não enlouquece com minhas palavras e damos boas risadas. Jesus é Amigo sem igual, ta comigo nesse meu barco desgovernado, por isso e embora os balanços me provoquem enjôos, Jesus está aqui, bem do meu ladinho, segredando ao meu ouvido que já está quase passando.
Por isso, me perdoa. Eu vou estar com você, não sei se ainda no meio da tempestade ou fora dela, mas não importa você não vai saber, porque quando estivermos juntas, estarei com e pra você.
Não há nada, nada maior que Deus.
Amo você.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Concurso Literário de contos para melhor idade

Fiquei um tempinho sem dar muita atenção a meus emails devido ao curso que estou fazendo, mas hoje tive uma notícia tão gostosa.
E fala de um Concurso literário de contos para melhor idade.A coletânea de contos do segundo concurso literário ‘Casos Lembrados. Casos Contados’ deve ser lançada no próximo mês de julho num grande evento. Trinta contos foram escolhidos para compor a obra, que traz relatos e textos de humor, crendices, amor, drama e aventura registrados na memória de pessoas com 60 anos de idade ou mais. A iniciativa tem o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da lei estadual de Incentivo à Cultura.
E a parte boa é que meu pai está entre os 30 selecionados. Tanto tempo aposentado, mas não morto, ainda passeia pelas palavras , palavras que com certeza lhe trazem todos os tipos de memórias, sentimentos e tornam mais vivo do que nunca.
Beijo meu pai, a quem amo.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Coração Apaixonado

Antes de saber que era ele, eu já estava apaixonava.
No meu coração por um tempo viveu um medo e um vazio.
Um vazio deixado por uma pessoa a quem eu amava e amava. Uma pessoa que me protegia, cuidava de mim até quando pedia pra não fazer.Ela foi embora, chamada por Deus.
Aí ficou o medo...
Quem me amaria?
Aquele sentimento era tão bom, seguro e forte. Então resolvi amar, amar aquele que iria abundar e superar (pensava eu) aquele amor.
Claro que Jesus é bem maior que tudo isso, estou falando de amor carnal, embora amores diferentes.
Sempre fui romântica, imaginava: se Deus fez Eva pra Adão, com certeza sou de alguém também, e não importava quem ele era, eu o amava. Era o meu escolhido e separado pra mim. Meu coração estava apaixonado.
Quando foi confirmada a pessoa em meu coração, eu era a pessoa mais feliz do mundo. Tinha certeza que no mundo não existia ninguém mais sortuda e feliz que eu.
Só que o tempo faz com que nossos castelos venham a ruir se não são cuidados.
Assim aconteceu...
A mulher mais feliz do mundo desejou morrer por não suportar tão tristeza e decepção.
Agora restou a reconstrução, o que leva bem mais tempo, é mais, muito mais difícil e muito, muito mais caro.
No meio dessa reconstrução tento lembrar-me da alegria que senti para me ajudar na reconstrução.
Às vezes tenho a impressão de estar sendo sabotada, é como se eu colocasse um tijolo e a noite alguém me tirasse dois.
Mas o amor é muito maior que a dor da tristeza, porque o tempo que amo é muito maior e criou raízes profundas.
Hoje duvido que alguém ame como eu amo. Amo apesar da tristeza, da mágoa, da dor. Amo firmada na promessa que Deus tem o melhor pra mim, que meu ‘príncipe’ foi escolhido por Ele.
Mas peço perdão, perdão por não ter sido capaz de manter meu castelo, fui engenheira fajuta e isso sim faz sangrar meu coração.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Máscaras??


Sabe aqueles dias em que você não sabe pra que serve?
Dias em que a gente olha prá trás e vê que fez coisas legais, que foi útil, que amou, se doou, mas o sentimento que bate é um vazio, um vácuo na verdade.

Sei que a gente tem que fazer o bem sem querer nada em troca, isso que é fazer o bem de verdade, mas a necessidade do retorno de pelo menos alguma coisa que foi feita nesse dia bate forte no coração.

Às vezes, sinto falta de ser amada, reconhecida, pra impedir que sentimentos e perguntas penetrem no meu coração me fazendo duvidar se realmente fiz alguma coisa, se fui importante pra alguém, se fui alguma coisa.

Toda minha vida tentei passar ao lado de Jesus, mas às vezes a sensação é de estar sozinha, sei que isso é falso, mas a sensação continua...
Trabalho minha mente e coração com a lembranças do que Deus fez por mim, puxa... Ele me livrou da morte muitas vezes, só não me zango com isso porque Ele deve ter algum motivo prar manter-me viva, aí vem a outra pergunta que pulsa tanto quanto meu coração: - que motivo??

Acordo, faço café, arrumo a casa, coloco roupa na máquina, limpo quintal, faço almoço, estendo a roupa, estudo, recolho a roupa, preparo café, vou para o curso... assim... tudo sem graça e sem brilho, mas regado a brigas com filhos e muitas brincadeiras e gracinhas também (acho que até mais), falta de comunicação com marido, a sensação de obrigação pesando no ombro e máscara diária que você entende tudo e que está tudo bem. Se você tirar a máscara um pouquinho , como faço agora, você choca as pessoas e tem que arranjar uma máscara das boas pra se desculpar pelo que deixou desabafar.

E quando o cansaço de tudo isso vem e tira a vontade de viver, surge o conflito entre seu lado espiritual e material, e no meio disso tudo a vontade que dá é de dormir pelo menos uns seis meses direto, pra ver se dá tempo para descansar.

Essas palavras são ditas agora na minha TPM, passando esse período eu volto ao normal. Aí eu me pergunto, qual é meu normal? Quem está falando a verdade? Qual dessas dentro de mim é a verdadeira?

Sei que não sou nada do que quero ser e tenho certeza que nunca poderei ser o que quero, porque não faço a mínima idéia do que seja.

Assim sou eu... ou uso máscara agora?