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domingo, 2 de outubro de 2011

Lidando com o antagonismo cotidiano

A vida é feita de contrastes. Ela é como uma mesa com sabores não apenas variados e diferentes, mas antagônicos também.

Na verdade, os contrates fazem parte da nossa vida. Assim é o nosso cotidiano: um encontro de contradições, uma grande encruzilhada; mel e fel sobre a mesma mesa - ora doce, ora amargo, e não raro doce e amargo ao mesmo tempo. Com frequência, há oscilação entre alegria e tristeza, esperança e desespero, prazer e dor. São essas alternâncias que melhor refletem o fluxo da nossa existência.

Vista por este prisma, a vida parece uma grande incoerência, uma insensatez. Por que temos que conviver com tantos contrastes? Se Deus pode transformar o amargo em doçura, por que temos que experimentar o fel? No entanto, Deus o quer assim: o equilíbrio na diversidade.

Jesus também experimentou o mel e o fel. Ele percorreu caminhos parecidos com os nossos. Deus quis assim! Fez do Seu Filho não somente o padrão, mas também o sentido da nossa existência.

Os contrastes da vida possuem sua dimensão pedagógica. Logo, Deus tem Suas razões ao permitir que provemos de paladares tão díspares: a doçura do mel e o amargo do fel. Primeiro, por uma necessidade de contraste. É somente pela oposição de duas coisas que elas se definem melhor. A enfermidade nos faz valorizar a saúde; a prisão, a liberdade; a escassez, a abundância. Assim, o mel torna mais amargo o fel; e o fel, mais doce o mel.

A diversidade enriquece a vida. Se tudo ao nosso redor fosse somente mel, logo nossa existência ficaria enfastiada. O tédio é a doença da fartura. A vida fica sem graça quando tudo é muito fácil. O sábio Salomão escreveu com muita propriedade: Comer muito mel não é bom (Provérbios 25.27).

Uma segunda vantagem na diversidade dos sabores da vida, é que sendo feita de mel e fel, ela se constitui uma encruzilhada diante da qual somos levados a escolher caminhos. Vida é opção. O homem é responsável pelas escolhas que faz, e não Deus. O Senhor põe em nossas mãos a receita certa: aceitá-la ou rejeitá-la é uma decisão nossa.

Na vida humana, o fel vem de dentro do homem; é produzido pelo próprio homem com seus pensamentos negativos, sentimentos mesquinhos e atitudes danosas à vida. Então, o coração se transforma numa bolsa de fel, qual o fígado segregando bílis.

Conhecedor da interioridade humana, Jesus afirmou: Do coração procedem os maus pensamentos... São essas coisas que contaminam o homem (Mateus 15.18,19). O ser humano precisa drenar o seu coração (e logo). Purificá-lo dos resíduos amargos que o impedem de sentir a doçura do mel, pois a vida é um presente de Deus. Para drenar o coração, é preciso saber escolher entre o mel e o fel, entre o doce e o amargo. Esse equilíbrio é que dará a dose exata do sabor da vida. Eis a grande encruzilhada da nossa existência!

Pastor Estevam Fernandes de Oliveira 
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