Terça
à noite, Meacir e eu voltávamos para casa. Moramos no Cabralzinho, e nosso
caminho é a Av. Padre Júlio. É a mais amapaense de todas as ruas. Sai da orla
do rio Amazonas e dá pra ir até o Oiapoque. Paramos na Rua Minas Gerais para
resolver algo. Ao sairmos, passou por nós um veículo da Secretaria do Trânsito.
Os dizeres na lateral davam-no da Fiscalização.
O
carro parou sobre a faixa de pedestres, e, lentamente (como é costume aqui) foi
se movendo, até que ultrapassou o semáforo vermelho. Comentei: “Por isso o
trânsito aqui é assim. Ninguém respeita nada”. Quando quem tem que dar o
exemplo transgride as leis a coisa está feia.
Já
estou velho e ainda não me conformei com este jeito brasileiro de desrespeitar
leis, de ser incoerente, de fazer as coisas erradas. E depois reclamar. Hoje,
dia de eleições, o povo vai às urnas para eleger as mesmas pessoas de sempre, e
depois se queixará delas. Não tem senso nem valores, e torce por políticos ou
partidos como se fosse futebol. É passional e lúdico, mas sem visão crítica e
séria do processo eleitoral.
Agasta-me
ver igrejas evangélicas em que os crentes são tratados como curral eleitoral
por pastores que agem como déspotas esclarecidos. Há igrejas que apoiam
políticos suspeitos de corrupção. Políticos que defendem o homossexualismo a
ponto de quererem calar os discordantes, impondo-lhes a ditadura da visão
única. Defendem o aborto indiscriminado (seu herói deve ser Herodes!) e a
descriminalização de drogas. Seus valores morais são elásticos, e mesmo assim
são adulados. Porque dão benesses à igreja. Dizia-me um pastor,
candidamente, sobre seu apoio a um candidato cristofóbico: “Ele vai defender
nossos interesses!”. Interesses? Que interesses tem a igreja que Deus não possa
defender? Desde quando pastores, principalmente os que falam tanto sobre o
poder do Espírito Santo, precisam se vender a homens corruptos para garantir
direitos à igreja?
Não
imponho candidato às minhas ovelhas. Tenho percepção política, e minhas
convicções são claras. Mas são minhas. Não as imponho. Meu rebanho não é minha
propriedade. Mas não votem em gente que vocês desconfiam (ou sabem) que é
corrupta. Não votem em gente que sustenta valores antagônicos aos do evangelho.
Não votem por facilidades que o candidato prometeu lhes dar. Quem vota em troco
de dentadura, terreno, emprego ou benesses pessoais é corrupto. Vendeu-se.
Os
partidos políticos no Brasil não têm ideologia. É ocioso discuti-los. Mas não
votem em gente desonesta nem contrária aos seus valores morais e espirituais.
Em quem votar, é questão sua. Mas seja coerente e dê bom testemunho. Pense
bem.
Pr.
Isaltino Gomes Coelho Filho
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