044/200
Livro:
De Amor e Sangue
Autor:
Lesley Pearse
664
páginas
5
estrelas
Sinopse:
Somerset,
1836.
A
recém-nascida Hope é a prova viva do adultério da mãe, a
aristocrata Lady Harvey. A sua chegada a este mundo não é festejada
e as lágrimas em seu redor não são de alegria. Imediatamente
arrancada àquele meio privilegiado e entregue nas mãos dos Renton,
uma família pobre mas acolhedora, Hope cresce sem saber a verdade
sobre as suas origens. E quando chega o dia em que também ela tem de
começar a contribuir para o sustento da família, é precisamente
para os Harvey que trabalha. Deslumbrada perante a mansão luxuosa, a
elegância dos seus patrões e a beleza que os rodeia, Hope enfrenta
com brio e gratidão a extenuante rotina de trabalho.
Mas
a descoberta de uma ligação proibida vai lançá-la sozinha para as
ruas, para uma vida de miséria e solidão. É na adversidade, porém,
que descobre uma força interior que desconhecia, bem como um talento
para ajudar os mais fracos. Trata-se de um dom que não passa
despercebido ao Dr. Bennett, que a leva consigo para a Crimeia, para
ajudar a tratar dos feridos vindos dos sangrentos campos de batalha.
Mas os segredos do passado teimam em vir ao de cima, e Hope tem ainda
um longo caminho a percorrer na tentativa de enfrentar o legado do
seu nascimento.
Antes
de tudo, é um livro lindo e de fato é uma história De Amor e
Sangue. A sinopse desse livro é perfeita, fica até difícil de
comentar. A escrita da autora, bem, outra coisa que é difícil de
comentar. Quem lê muito romance contemporâneo bobo como eu,
estranha um pouco, mas não tem como negar a ótima escrita. Não
posso dizer que ela floreia ou enche linguiça, mas ela enriquece a
história. Se fosse eu, 400 páginas seriam suficiente, mas ler as
664 páginas também valeu.
Hope
nasceu em segredo de um adultério, dada como morta a mãe, que era
da aristocracia. Foi dada a uma família que a criou com todo amor.
Hope sempre foi diferente. Forte, bonita, determinada e inteligente.
Quem, na verdade, a criou foi uma das criadas que a ajudou a nascer,
a Nell. Como ela cresceu em família pobre e numerosa a certa altura
teve que trabalhar, mas antes disso ela já brincava com Rufus, seu
meio-irmão, só que ninguém sabia. Nem a verdadeira mãe, pois
tinha certeza que o bebê nasceu morto.
Nell
é uma pessoa muito especial, amei, torci por ela, a bichinha sofreu
que só. Uma sofredora que foi enganada na escolha do marido. Um
homem mau. Mas Nell sempre foi doce com Hope e a criou como se fosse
filha e depois da morte dos pais a levou morar com ela. E aí a coisa
foi piorando, porque o marido de Nell era violento.
No
decorrer do tempo a amizade de Hope e Rufus fortalece, segredos são
descobertos, não sobre Hope, outros muito piores, e passam a ser
usados como moeda de troca, chantagem. Nell sempre tentou proteger
Hope, mas em dado momento a história dá uma reviralvota, porque ela
descobriu o segredo do cunhado, que depois de uma surra dele foi
obrigada a ir embora. Isso quando Nell estava de viagem com a patroa.
Hope
passou maus momentos, mas graças a 2 indigentes, pode-se assim
dizer, que passaram a ser amigos, foi salva e cuidada. E agora longe
de casa e de todos que amava foi obrigada a se virar e a não se
corromper com a sua nova realidade. Um lugar asqueroso, rodeado de
doenças, ladrões e prostitutas.
Quando
ela cuidou dos amigos que adoeceram e vieram a morrer, ela conheceu o
Dr. Bennet. Que gostou dela assim que a viu. Foi através dele que
ela passou a ser enfermeira. E eles se apaixonaram, e, claro, não
poderia ser fácil, porque o tio de Bennet, que havia pago sua
faculdade e era sócio, não era favor de um romance com uma moça
que não fosse de sua classe. Para fugir do domínio do tio ele se
alistou no exército e levou Hope junto para a guerra. Casados já.
Eles juntos são lindos demais, e não se engane, demorou para eles
ficarem juntos. Tudo que contei até aqui levou anos para acontecer.
Nada foi fácil ou rápido.
Quando
Nell voltou e soube da fuga da irmã, abandonou o marido, contou a
patroa quem Hope era. A essa altura Hope tinha 16 anos e Nell tinha
quase certeza que seu marido a havia matado. Quando procurava emprego
ela se encontrou com o capitão Pettigrew que era pai de Hope e ele
nem fazia ideia disso. Ele era um homem bonito e bondoso, e levou
Nell para ser sua governanta.
Quando
a guerra estourou capitão Pettigrew estava lá, e reconheceu Hope.
Houve uma aproximação entre eles e Nell soube através dele que
Hope estava viva.
Contando
assim parece pouca coisa, mas a história é riquíssima. A autora
mostra toda a dor e horror das ruas, das pessoas pobres, das doenças,
da guerra e a consequência de segredos e chantagens, mas sobre tudo
do amor.
A
vida de Hope e de seus irmão não foi fácil, mas a ligação entre
os irmãos e a criação deles no amor é muito bonito. O amor de
Hope e Bennet é lindo. Enfim, é um livro lindo, com suas dores,
lutas e amor. Mexe com o coração da gente. Vale muito a leitura.
Mas se prepare para ter o coração apertadinho.
E
foi assim.
Bjoo.
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